sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011

Mais um ano que chega ao fim.
Já parou para pensar quantas coisas mudaram numa virada de ano?
Comigo, simplesmente, nada mudou.
Tudo, tudo, milimetricamente tudo de destacável que ocorreu em minha vida foi no recheio do ano.
A badalada final seguida da queima de fogos só me serviu catalisador sensorial.
Não sei porque, mas não consigo mais me revestir de grandes esperanças quando um ano vai e outro vem.
Prefiro deixar o rio seguir seu fluxo, o vento seguir a sua direção... Expectativas frustram. Surpresas marcam.
Dois mil e onze virá. Trará surpresas, boas e ruins. Pode ser que o ano não termine para mim, ou pode ser que termine completamente diferente de como começou... Enfim. É mais provável que ele finde semelhantemente a este.



Estou no aguardo.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Repressão

Nunca foi e nunca será o melhor caminho.
Uma lógica alternativa é a saída.
Mas é difícil entender, é difícil... Eu concordo.
Só me resta esperar com paciência.


Um dia entenderão.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

É Natal

Mas eu ainda estou mofando aqui...
Meu espírito não é natalino,
E talvez eu devesse pedir ao bom velhinho
Um pouco, só um pouquinho,
De empolgação e alegria.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Uma Nota que Destoa Estraga Toda a Sinfonia

É assim, não tem mistério.
A vida é como uma grande sinfonia, uma grande orquestra numa grande apresentação.
E uma nota que destoe das outras, acaba por estragar o todo. Não há mistério.
Se um segmento da vida vai mal, todos haverão de sucumbir, pouco a pouco.
A vida é um quebra cabeças. Todas as peças têm o encaixe certo.
Uma peça que destoe, acaba por estragar o todo.
E, lentamente, todas as outras peças parecem que vão se contaminando.
A vida é uma receita de bolo.
Se um ingrediente destoa, todo o resto ficará amargo ou azedo ou insosso ou pastoso.
É como no bolo, é preciso o ingrediente certo, na quantidade certa.


Não há mistério.
Uma nota que destoa estraga toda a sinfonia.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quero Mais do Seu Encanto

Meu temor era esse... Que a madrugada caísse na rotina, na monotonia.
Parece que foi o que aconteceu.
Continuo a admirá-la, continuo a ser-lhe fiel.
Ainda a acompanho todas as noites.
Mas as palavras me parecem já não vir mais à boca. Me falta sentimento.



Me falta poesia. O problema sou eu?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Café

Preparei o café e abri a geladeira.
Sequestrei um pedaço de pizza e sentei-me para escrever.
Mordisquei a comida, bebi a bebida.
Segurei o lápis, olhei para o papel... Em busca do tema, em busca de algo para ser escrito.
O café liberava sua peculiar torre de fumaça, que se perdia no ar. (eu a observava)
A luz tremulava; a lâmpada estava prestes a queimar.
O café esfriou, a pizza esquentou - temperatura ambiente em ambos - e o lápis permaneceu em riste, procurando o que escrever.



O sol nasceu e não havia nada para ser dito naquela noite.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Como o tempo passou...

Afastei-me da companhia da madrugada... E vejam só, como o tempo passou!
Tive de me contentar com o dia, e meu dia pareceu-me incompleto.
É estranho afirmar, mas viver só no horário em que todos vivem me fez mal.
É na madrugada que eu respiro, é na madrugada que eu reflito, é na madrugada que eu existo.

Mas agora estou de volta, e não pretendo mais abandoná-la.

sábado, 13 de novembro de 2010

Perfume

Sinta o aroma da madrugada.
É o mesmo aroma dos enamorados, é o mesmo doce exalar.
Respire fundo, experimente com calma.
A brisa traz e a brisa leva, sempre assim, até o fim.
A estrela brilha, e'a estrela apaga, nada muda.
Só o que fica é o perfume.
Dê aquela, aquela fungada... No pescoço amado... E na madrugada.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Desabafo

Eu acabo com o dia de vocês? Mas vocês já pararam para se perguntar quem é que acaba com o meu? Pois é...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Orquestra Celestial

Poucas - pouquíssimas - coisas são tão belas quanto o harmonioso e suave som da água da chuva batendo contra o vidro frio da janela.
A chuva da madrugada é a mais abençoada, é aquela que vem para acalmar o coração angustiado, é aquela que poucos presenciam, mas da qual todos se lembram.
Cada pingo é uma nota na grande sinfonia da noite, a orquestra está montada, o maestro está em riste... E o espectador sou eu. A plateia se traduz em mim.

"Bravo!", é tudo o que consigo dizer.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Abatido

- Você parece abatido... Deveria descansar.
- Eu não preciso disso, sou de ferro! - respondeu o Mr. Mingau.
- Você é quem sabe, mas sua cara não é das melhores...
- Eu não preciso disso, sou de ferro! - respondeu o Mr. Mingau.
- Sempre ouço isso, e o fim eu já conheço...
- Pare de amolação, já disse que não preciso disso, sou de ferro! - insistiu Mr. Mingau com toda a sua molenguidão.


E na manhã seguinte ele foi engolido, ao lado do leite, sem oferecer nenhuma resistência.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ei, você...

Olhe nos meus olhos,
Sinta a minha respiração...
Não há o que temer,
Não há com o que se preocupar.
Essa conversa é só nossa,
Ninguém irá nos atrapalhar.
Segure na minha mão,
Confie em mim,
Aqui sou só eu e você.
Os outros são espectadores...


Apenas espectadores.

domingo, 17 de outubro de 2010

O Viajante

Vou pelas estradas do tempo e da vida.
Perambulo pelos caminhos do coração...
A estrada escura me conduz para a alvorada apaixonada.
Toda grande jornada começou com um primeiro passo.
Eu já dei o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e ainda estou na porta de casa.
Quero me arriscar, quero me aventurar.
Quero viajar.

Vem comigo?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Luminária

Além dos porta-retratos, outro objeto que sempre me acompanha durante as madrugadas é a minha luminária.
É daquela comum, nada de anormal. Uma base, uma haste regulável, uma lâmpada fluorescente.
Habita o canto da escrivaninha, quase que esquecida. Durante o dia passa despercebida...
Mas eis que à noite ela reina. Eis que à noite, ela ilumina com maestria apenas o pequeno terreno que precisa ser iluminado... Deixando todo o resto em penumbra.
É um objeto seletivo, elitista. Não é como o lustre, que apesar de ser imponente, é também populista, iluminando o cômodo inteiro.

A luminária não. Ilumina apenas os que estão por perto. Ilumina apenas os que precisam de ti.
É discreta, mas eficiente. Acompanha-me nas leituras e nas escritas noturnas. Lambe com sua luz todos os livros que eu leio...


Guia meu caminho pelas linhas entrelinhas.

domingo, 3 de outubro de 2010

Ah, o etílico...

Alucina minhas noites, desacelera minha mente.
Bota o riso em minha face, e a ternura no coração.
Que mal tem, vez ou outra encontrar-me com ele?
Vamos celebrar, vamos celebrar a vida!

Brindai comigo, amigos!

sábado, 2 de outubro de 2010

Pesadelo

Já sofro para dormir. Tenho noites conturbadas, agitadas, acordadas.
E eis que, quando consigo, enfim, dormir... Um outro mal, que não a insônia, vem para me acometer.
É a terrível assombração do pesadelo.
Seja com morte, com queda, com tempestade, com espírito; seja com violência, injeção ou preconceito... Ele espalha o terror na minha mente e me faz despertar desesperado, assustado, agoniado.

"Respira... respira... respira... Já passou, foi só um pesadelo."

sábado, 25 de setembro de 2010

Noite Estrelada

Noite estrelada. Céu negro e estrelas brancas.
Vestido preto e brinco prateado.
Minha inspiração está bem cá na terra...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Porta Retrato

Ora, ora... que objetos privilegiados.
São os porta-retratos os guardiões da eternidade, são eles os cavaleiros alados das boas lembranças.
São eles os escudos do clique mágico, do clique que eterniza um momento bom.
Eu gosto de porta-retratos... Moldura simples ou detalhada, tanto faz, afinal, o que realmente importa é o conteúdo... É a figura que está ao centro, protegida por todos os flancos, pela dianteira e pela retaguarda.
Porta-retratos, louvados sejam! E que continuem nesta nobre missão de defenderem nossas mais belas fotos, as fotos que nos remetem a um passado bom e feliz... Um passado com você.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cansaço

Cansaço físico e mental.
Ó céus, estou exausto!
A fadiga me consome.
A vida acelerada está acabando comigo.
Não durmo de dia e nem de noite. Estou alerta o tempo inteiro.
Ah, meu corpo e meu cérebro pedem descanso!
Tudo o que eu quero agora é repousar a cabeça no travesseiro...

... e sonhar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sem sentido aparente

Explosão de sensações! Alterações nas percepções.
Meu mundo virou de cabeça para baixo. Esse mundo é mesmo alucinante.
O que era certo, hoje me parece errado, e vice-versa.
Minhas certezas de outrora se tornaram em dúvidas do agora.
Minhas dúvidas foram sanadas e não foram. Acumularam-se.
Minhas conjecturas dispersaram-se. Não sei o que ocorre ao meu redor.
Não sei quem eu sou, e nem por quais estradas a vida me levou... Mas sei que gosto.
Sei que, aparentemente, me sinto feliz. Sinto-me realizado.
Confusão.

Só mesmo tu, ó doce madrugada, para me oferecer abrigo e calmaria para hospedar minhas reflexões. Preciso por a cabeça em ordem e tu és minha fiel companheira.

Fique comigo... Aprendi a gostar da tua companhia. Justo eu, que sempre fui habituado à solidão... Estou sentindo o teu calor aqui comigo agora. É o que eu sempre quis.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Insônia

A hora estipulada chegou; deitei-me; virei-me.
Não dormi.
Virei-me; e de novo e de novo.
Não dormi.
Esbravejei; virei-me. Fitei o teto; virei-me.
Não dormi.

Levantei de mau humor. Fui até a cozinha e bebi um copo d'água. Voltei.

Deitei.
Virei-me; fitei a parede.
Não dormi.
Virei-me; puxeu o lençol.
Não dormi.
Virei-me, bocejei e, ora pois, virei-me.
Não dormi.

Mandei tudo à puta que pariu e levantei de vez. Acendi a luz, liguei o monitor.

A noite está passando e o sono se perdeu no caminho. Maldito! Ó sono, o mais belo dos malditos!
Perdido como estás, deu-me a chance de desfrutar de mais uma madrugada.

Deu-me a chance de me surpreender nesta bela madrugada. Ó, tão doce e tão bela surpresa.
Sinto-me mais leve.
Vi o sorriso de menina, ouvi a voz gentil. Encarei os olhos tremulos, apalpei a pele fina...

Talvez agora eu durma em paz.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Único Lamento

O único lamento que tenho em relação às madrugadas é ao fato de não haver o cantar dos passarinhos.
Sim, é verdade... Nada é perfeito. Portanto, a bela e serena madrugada não possui um elemento de grande valia: O canto suave que é propriedade praticamente exclusiva das manhãs.

É até estranho de se imaginar como seria uma madrugada repleta de aves piando. Se isso, de fato, ocorresse, eis que então a madrugada perderia outra de suas qualidades: O silêncio sagrado.

Ora, então já que não se pode ter tudo, deixe estar como é... A madrugada escura e melancólica com o seu silêncio milenar, e a aurora bela e colorida com o canto alegre e pueril dos pássaros!

E para aqueles que, como eu, gostam de desfrutar de ambos os momentos, há uma fácil solução: Permanecer em vigília durante toda a madrugada e esperar o sol nascer para poder ouvir a música dos deuses. Feito isso... é hora de ir para a cama.


(enquanto o mundo faz o oposto)

.

sábado, 4 de setembro de 2010

Ela

O céu está escuro, e eu não vejo nenhuma estrela.
Mas ao longe é possível enxergar a luz potente dos refletores. Eu as vejo a bailar.
Lá pelas bandas dos Montes dos Castelos, é exatamente de lá é que estão saindo as luzes...

E é olhando para lá que eu me lembro dela, é olhando para lá que eu me pego pensando nela.

domingo, 29 de agosto de 2010

Nas Alturas

Tenho o costumo de observar o céu durante a madrugada. É bonito, repleto de estrelas e algumas nuvens e a imponente Lua.

Vejo a solidão das estrelas de maneira bem poética, e similar à minha esquecida solidão cá da terra.
Observo que as estrelas são muitas, mas que bilhões de quilometros as separam umas das outras. As vezes sinto-me assim. Rodeado por muitas pessoas, mas muito distante do bem estar que apenas uma me oferece.

Levo o céu como fiel companheiro... E ele realmente o é.
Nas noites de alegria, ele esteve presente para me abençoar...
Obrigado, ó céus.
Nas noites de tristeza ele esteve presente para me consolar...
Que seria de mim?
Nas noites de insônia ele esteve presente para me confortar...
Onipresente.
E nas noites de sono ele esteve presente para me velar...
Discreto como o luar.

E hoje, por exemplo, que estou em mais uma noite de inquieta apreensão: Lá está o Céu sorrindo pra mim das alturas infinitas.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Noite Serena

Hoje eu só quero uma noite serena. Para mim e para você.
Esqueça as tormentas de ontem, já passou, meu bem.
Estamos só nós dois agora, nada poderá nos atingir. Confie em mim.
Segure a minha mão e vamos juntos atravessar esse vale escuro.

As estrelas hão de nos guiar por mais essa madrugada. E então, quando chegar a alvorada, poderemos sorrir tranquilos.

sábado, 21 de agosto de 2010

Balões

Quem não se encanta com a beleza colorida dos balões?
Com a magia que eles dançam ao ritmo do vento, se deixando levar pelo momento...
Quem não se comove com o brilho dos balões?
Que voam livres e soltos pelo ar, que seguem um caminho incerto sem medo de errar.
Quem não perde as palavras na garganta ao ver os balões?

Os insensíveis aos balões só podem sofrer da seca da alma, da seca interior.
Da seca emocional, de seca sentimental... Que, às vezes, pode ser até pior que a seca climática, a seca da chuva..

Deixa o balão voar, deixa essa dança te enfeitiçar.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vazio

Sensação de vácuo interior... Anestesia sentimental.
É hora de esfriar os sentimentos e organizar a cabeça. É hora de refletir.
É tempo de mudança. É tempo de esperar. É tempo de incerteza.

E é, sobretudo, tempo de esperança.

Sem rumo eu vou seguinte este caminho.

domingo, 8 de agosto de 2010

Alucinação

Eu não quero te iludir: ilusão, ilusão, ilusão, ilusão, ilusão, ilusão, ilusão.

Eu quero a verdade, porra! Um dia vai acontecer não significa nada. Cansei de construir e desconstruir meus sonhos. Cansei de viver.

Os dias se tornaram um fardo para mim. Um fardo cujo qual eu quero mandar pra puta que pariu. Eu queria não sentir. Eu queria, no fundo, sorrir com você.

sábado, 7 de agosto de 2010

Angústia

Mais uma noite sombria, mais uma noite na qual minha mente insiste em me aterrorizar.
Mais uma noite fria. Uma noite onde o meu corpo treme todo, e não é pela temperatura, e sim pelo nervosismo.

Quando é que isso vai acabar? Quando é que meu martírio vai ter um fim? Eu não aguento mais, não mais.

Dê-me um alívio, por favor.
São reviravoltas demais para uma pessoa só.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Aleatórios

Ontem foi uma noite interessante. Pude assistir um dos melhores filmes da minha vida na tranquilidade da madrugada.
O fato curioso é que se eu deito para ver algo na televisão às 3 da tarde, fatalmente acabarei cochilando.
Mas ontem eu comecei a ver o longa às 2 da manhã e dei sequer uma piscada mais forte.
Enfim, o filme é: Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain.

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Bom, hoje a noite está sendo um pouco diferente... Sinto-me um tanto quanto ansioso para os dias seguintes. Sinto que fatos importantes me ocorrerão num intervalo de tempo relativamente curto. Mas não há motivos para sofrer por antecipação.

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Estou com fome mas tenho evitado comer de madrugada, dizem que não é bom. Mas, ah, sinceramente... Querem saber? Vou lá agora mesmo preparar algo para comer. Até mais.

domingo, 25 de julho de 2010

Quincas

O livro está aberto. A noite está um tanto quanto angustiante...
As letras me seduzem, o autor me traz confianças. Machado.
As páginas correm velozes, a história me envolve...

Enfim, acho que vou ler antes de dormir.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Trilha Sonora

Madrugadas sempre me parecerão incompletas se não houver trilha sonora.
Pode ser a sutileza do vento fazendo esvoaçar as folhas das árvores, pode ser o canto da cigarra ou pode até ser o suspiro da amada. Enfim... Há de ter algum barulho.

Porém, quando estou em casa sozinho, é fato irrevogável que alguma música me acompanhará durante a noite.
Dos mais variados tipos, é claro, mas sempre algo que me traga paz, que me traga bem-estar, e que me faça pensar.
Tenho essa curiosa mania de querer refletir durante a noite, e a música pode me ajudar nisso. Algumas músicas são incrivelmente introspectivas, extramemente reflexivas.

A minha mais frequente companhia chama-se 'Beirut'. Grupo indefinível. Só recomendo que ouçam. O hit 'elephant gun', assim como outras músicas menos conhecidas, como 'nantes', 'sunday smile', 'postcards from italy' são capazes de mudanças radicais no estado de espírito, tão radicais que chegam a me assustar frequentemente.

Outra boa pedida é 'Radiohead'. É uma mistura melancólica que me faz mergulhar em mim mesmo, para buscar respostas inexistentes.

'Pink Floyd' e sua incrível capacidade de nos fazer viajar sem mover um músculo me transporta para as mais belas paisagens do planeta. Basta o olho fechado, o ouvido atento e a mente vazia para alçar voo.

'Legião Urbana' e seu descontentamento social me transmitem a mesma indignação que, acredito eu, afligiam também Renato Russo.

Sufjan Stevens, Sigur Rós, Grizzly Bear, Alaska In Winter, Explosions in the Sky, Coldplay... São tantos artistas que, para mim, possuem a mesma finalidade: A de tranquilizar uma mente que as vezes é muito confusa e muito agitada.
Ajudam-me a organizar as coisas cá dentro da caixola e assim conseguir pensar mais tranquilamente, mais relaxado e mais ordenadamente.

Enfim, são sons ordenados em melodias que geram um efeito diferente em cada ser humano. Por isso é tão bela essa arte chamada música. E é esta arte que me acompanha hoje, e ontem, e também, provavelmente, amanhã.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sono

Hoje o sono veio me visitar.
Osculou-me na face e me fez logo deitar.

Boa noite.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Saudade

É na noite que ela se manifesta.
É na noite que ela doi.
É de noite que eu a sinto,
É na noite que eu a vejo.

Sozinho ela vem me assombrar,
Sozinho ela quer me torturar.

Acabe com isso, ajude-me a tirá-la daqui...
Ajude-me a matá-la de uma vez,
Venha cá e fique aqui comido, pra sempre.

domingo, 18 de julho de 2010

Vento

Hoje é uma noite fria e com vento.
Mas, estranhamente, estou com calor agora.
As portas e janelas estão fechadas, óbvio... Mas com um pouco de silêncio eu sou capaz de ouvir o doce uivar do vento lá fora.
É possível escutar o suave farfalhar das folhas, a breve tremulação dos galhos...

A impressão que dá é que o vento quer conversar, mas que não encontra companhia nas ruas solitárias, e por isso continua em disparada rumo a alguém que lhe dê atenção. Vai de casa em casa, de viela em viela, até que, por fim, esvai-se por inteiro.

Aliás, alguém já se perguntou onde finda uma rajada de vento?

sábado, 17 de julho de 2010

Ficção

Estive pensando na tênue linha entre a realidade e a ficção.
E pensando nisso cheguei ao seguinte questionamento: será, realmente, que existe essa linha?
Me pergunto isso porque o que delimita o real? Qual é a fronteira que divide os dois lados?

Apenas o que nos é palpável é real? Um sonho é ficção? Apenas porque é inatingível? Ora, então são também os sentimentos apenas ficção? São miragens?

Juro que se eu tivesse encontrado a resposta para essas perguntas eu vos diria. Mas não. O que me acometeu foi uma confusão que se aprofundava a cada nova interrogação. Senti-me perdido em meus devaneios, senti-me sem rumo... E descobri que nada sabia sobre o tema.

Os personagens dos livros são reais? Não.
Mas e a mente que os imaginou? Sim.
Então por que o fruto daquela mente transpõe o limite da realidade? Por que a matéria que saiu do real torna-se fictícia? A questão que, aparentemente, pode ser a mais banal do mundo, acabou por se tornar um grande dilema para mim. .-.

Dilema este que deixarei para amanhã... Porque vejo que já está tarde, e porque começo a me perder no meu próprio labirinto.

É, eu realmente não sei.
Desculpem-me se, por um acaso, acabei por confundi-los também.

Tenham um bom final de noite.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O sono da moça bonita.

Um bom livro, um café... Um chá, talvez.
Um copo de leite sobre a mesa, esfriando, esfriando...
A torneira a gotejar, o vento a uivar...
A folhas correndo pelo quintal.

A luz do lampião acesa, a luz do poste brilhante...
A luz do farol do carro, a luz da lanterna do guarda...
É madrugada mas há luz! E muita. Um verdadeiro espetáculo luminoso se desenrola nos grandes centros urbanos.

E nos rurais... Ah, nos rurais tudo é paz, tudo é harmonia. Tudo conspira ao sossego. A madrugada corre fria e ninguém a vê. O campo esvoaça com o vento, a cigarra canta e os caipiras dormem.

Moça bonita também dorme. Dorme feliz e tranquila depois de escutar da voz amada o 'boa noite' de todo dia. Dorme sorrindo pra sonhar e acordar feliz. Dorme moça bonita, dorme... Dorme que eu fico aqui velando por ti.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Chuva

O som lá fora já denuncia que a chuva voltou. E a frequência das gotas já avisa que veio para ficar. Será a companheira fiel da minha noite, e cessará, quiçá, somente ao amanhecer.

Amanhecer este que será cinzento, nublado, frio, chuvoso... Lindo.

O único lamento que faço em relação à chuva noturna é a impossibilidade de ver as estrelas. É, eu gosto das estrelas e da Lua. Mas em particular das estrelas. São figuras solitárias, mas que ainda assim brilham. São figuras frias e longínquas que transmitem paz a quem as vê.

Mas tanto faz. Não estava nos meus planos mesmo sair do quarto hoje para ver as estrelas. Então deixa que caiam, deixa que cantem os seus lamentos, afinal, o som da chuva atrás da janela também é deveras apaziguador... Também é capaz de promover verdadeiros milagres em quem os escuta com atenção.

Enfim, seja lá o que que esteja acontecendo lá fora, a grande maioria das pessoas está perdendo o espetáculo. É, a a maioria dorme.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Painel das Regras

Regra única: Só serão aceitas postagens durante as madrugadas.


... e eu já começo inflingindo as regras.